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segunda-feira, 6 de julho de 2009



Todos os anos por esta altura, é sempre a mesma história: saiu este e não devia sair; entrou aquele e devia ter entrado o outro; temos demasiados jogadores emprestados e com isso desbaratamos milhões de euros; porque temos sempre de vender, quando fizemos tantos negócios milionários? E lá vem sempre a eterna pergunta; para onde foram os milhões das transferências?
Já abordei o assunto, faz no dia 11 um ano, com o post de título:Política desportiva do F.C.Porto e umas coisitas mais..., mas hoje vou voltar ao tema e dizer mais qualquer coisa, mesmo correndo o risco de me repetir em algum momento.
Gerir um clube de futebol, mesmo uma SAD, que funciona em termos empresariais, não é o mesmo que gerir uma empresa normal, ligada a qualquer outro ramo de actividade. No futebol, há o factor risco - o árbitro que erra e nos faz perder; o jogador importante que se lesiona; o penalty falhado ou a bola na trave; o jogador que pensavamos, era o indicado para substituir o que saiu e ele veio a revelar-se um flop, etc. Os que gerem melhor as margens de risco, são os que têm mais sucesso e nesse aspecto, Pinto da Costa é o melhor gestor do Mundo e o F.C.Porto, um caso de estudo a nível mundial, com os elogios a virem de vários lados.
Claro que vivemos acima das nossas possibilidades! As receitas ordinárias, em relação ao orçamento, deixam sempre um buraco de cerca de 25 milhões de euros, podendo variar para mais ou para menos, em função de vários factores; venda de camarotes de empresa; venda de lugares anuais aos adeptos; afluência de público ao Estádio do Dragão; merchandising e principalmente, da performance na C.League. Mas o risco que é calculado, tem sido gerido com mestria, tendo o F.C.Porto, tido, de há muitos anos a esta parte, a capacidade para formar e contratar jogadores que depois valoriza, transfere por muitos milhões, com isso tapa o buraco e resolve os problemas.
O que acontecerá, perguntam as más línguas, no dia em que não for possível transferir jogadores? Teremos de fazer outra política desportiva, obviamente... Viveremos com base nas receitas ordinárias e aí, ficaremos por exemplo, como o Sporting; ganharemos um campeonato de longe a longe; quando passarmos aos oitavos-de-final da Champions, consideraremos isso um feito histórico e faremos uma grande festa; o nosso Presidente ficará todo contentinho, colocará no toque de chamada do telemóvel o hino da Champions e quando o telelé tocar, ele ficará emocionado, com as lágrimas nos olhos...É isto que desejam os portistas? Não me parece!
Resumindo: eu apoio esta política, uma política que já nos levou à suprema glória, de vencermos a C.League, neste novo Século, nos actuais moldes da prova e conseguindo com isso, o maior feito de sempre, do desporto colectivo português. Somos, não nos esqueçamos, um grande clube, mas de um país pequeno, pobre e centralista. Não temos, por exemplo a capacidade, já não falo no R.Madrid, mas do Marselha, que chegou aqui, bateu 18 milhões de euros e vai pagar a um dos nossos melhores jogadores, mais do dobro do que ele recebia no F.C.Porto. Por onde andam clubes de dimensão do nosso e de países como o nosso, como por exemplo o Ajax, o Feyennord ou o Anderlecht?
Só ousando, com sabedoria e génio, tem permitido ao Dragão ser grande entre os grandes, ao ponto de ser o único clube português, capaz de entrar numa liga fechada aos tubarões do futebol europeu - ver meu comentário no post anterior.
Outra questão que é sempre abordada e muito criticada, tem a ver com o excessivo número de jogadores emprestados e os encargos com esses profissionais. Nesta matéria, se por um lado concordo que há que diminuir esse número - sei que é esse o pensamento de quem dirige e já está a ser feito -, mesmo correndo o risco de libertar algum que se venha a revelar - nessa altura os que críticam, vão criticar por pelas razões opostas -, também não posso deixar de lembrar, que esta política não é de agora, não é dos tempos da SAD, mas já vem de há mais de 20 anos. R.Barros, F.Couto, S.Conceição, R.Carvalho, B.Alves, etc., são alguns exemplos de jogadores que andaram emprestados, regressaram, mostraram valor acima da média e foram transferidos. R.Carvalho rendeu 30 milhões de euros: quantos anos de empréstimos pagará, essa verba, mesmo que desses emprestados não se aproveite ninguém, que como se sabe, não é o caso?
Também aqui, a política me parece acertada e não percebo algumas críticas, que apesar dos vários exemplos, persistem.
PS- Vai por aí um grande frenesim com a apresentação de C.Ronaldo. Várias pessoas ligadas ao Sporting, já foram ouvidas e manifestam uma grande satisfação, por terem descoberto, formado e transferido, o madeirense. É justo e compreensível, mas e ainda a propósito do assunto das transferências, o F.C.Porto transferiu Anderson, com a mesma idade com que Ronaldo foi para o para o Manchester, só que pelo dobro...Sintomático!

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