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segunda-feira, 18 de março de 2013


Nota de abertura:
É difícil para mim, depois de uma semana complicada, com dois resultados que fizeram mossa, publicar este post. Não sou esse tipo de portista. Mas como estava feito e prometido há vários dias, não foi pelos resultados negativos e porque acho que é um contributo pela positiva...

Sou portista desde que me conheço, entrei para sócio na década de setenta do Século passado. Tempos em que não ganhávamos nada, mas isso não me fazia desmobilizar, pelo contrário, a esperança de um dia ver o F.C.Porto ser um clube ganhador, campeão, não uma ou outra vez, mas com alguma frequência, em Portugal - não, nunca imaginei um Penta e o sonho europeu só veio muito mais tarde...-, era o que me movia. Como eu, tantos e tantos portistas ansiavam pelo mesmo. Como largos dias têm 100 anos, José Maria Pedroto e Jorge Nuno Pinto da Costa começaram a criar as condições para que esse F.C.Porto aparecesse. Foi preciso muito trabalho, muita persistência, lutar contra quase tudo e quase todos. Conseguimos! Mas como de clube que não ganhava nada passamos a clube hegemónico, também de clube de gente boa, simpática, com imenso fair-play, passamos a ser os maus da fita, os malandros de lá de cima, o alvo a abater. Foi e é um preço que pagamos, mas é o preço natural num país vergonhosamente centralista, invejoso e mesquinho. Sempre vivemos bem com isso e nunca nos deixamos abater, condicionar, quando nos atacavam, sempre reagimos, nunca, usando uma expressão brasileira, levamos desaforo para casa. Foi assim que a minha paixão se foi alicerçando, foi na raça, na coragem e na alma portista, em que o primeiro a aparecer e dar o peito às balas, era o Presidente, que o meu espírito de Dragão se consolidou. Ultimamente, não de agora, mas de alguns anos atrás, esse Porto, embalado no canto de algumas sereias que falam em Porto fechado, pouco disponível, apenas de dimensão regional, etc., mudou a estratégia e o F.C.Porto está a perder alma. Da parte do clube e nas organizações a ele ligadas, o que se ouve é, temos de ter boas equipas - como se no passado essa não fosse a filosofia; o que é preciso é ganhar - como se no passado não ganhássemos; deixe-mo-los a falar sozinhos, a nossa resposta é no campo - como se no passado fosse diferente; ou, sempre foi assim... - como se agora os meios sejam os mesmos.
É uma estratégia na minha opinião errada, que não nos traz benefícios nenhuns e que no futuro vai ter custos elevados - já se sentem, aliás. O F.C.Porto será sempre um alvo a abater e só deixará de ser assim, quando deixar de ganhar. Podemos ser as melhores pessoas do mundo, ser uns anjinhos que não fazem mal a ninguém, mas se os títulos continuarem a vir para o Porto, se não houver pretextos para nos atacarem, boicotarem, insultarem e discriminarem, eles arranjam-nos. Neste momento vale tudo, desde paineleiros que arriscam levar nas trombas, tais são as provocações e as faltas de respeito, em nome da mensagem insultuosa e com objectivo apenas de denegrir a imagem do F.C.Porto; ele são jornais sem pudor e sem vergonha, a passar aquilo que interessa ao Benfica - isto, antes do Guimarães-Benfica, ou isto no dia em que o campeão português jogava a 2ª mão da prova entre clubes mais importante do Mundo, dois exemplos, mas podiam ser às dezenas, é jornalismo?; ele são televisões que tratam uns como filhos e outros como enteados; ele são as instituições, como a Liga, por exemplo, que olham para o F.C.Porto de maneira diferente. A tudo isto, um longo e penoso silêncio, no site, na revista, no facebook e principalmente, nessa arma fundamental para passar a mensagem do contraditório, chamada  Porto Canal. De longe, a cada vez mais longe, apenas o Presidente vai dizendo alguma coisa. O que sobra? Quase nada. De um lado vale tudo, do nosso lado, muito pouco. Para terminar, o seguinte:
Não é no Porto do silêncio que me revejo, é no outro. E nesse outro Porto, quem está dentro, tem de estar com os dois pés, camisola vestida, cachecol ao pescoço e bandeira na mão. Quem estiver para agradar a gregos e a troianos, às elites da capital e aos amigos importantes, com o objectivo de deixar as portas abertas, que isto está mau e nunca se sabe, não devia ter lugar. O futuro, oxalá, a longo prazo - se Deus nos der vida e saúde, estaremos cá para ver -, dirá quem estava no caminho certo e no caminho errado.
Enquanto houver resultados...

Notas finais:
Tenho amigos com quem falo sobre este assunto que acham que menos público no Dragão também tem razão directa com essa perda de alma, do espírito e cultura guerreira que nos caracterizava. Pode ser, mas não é a principal. Com tantas e tantas notícias negativas, sem qualquer perspectiva de melhorias a curto prazo, há muita gente que não tem vontade para nada, futebol incluído.

Também há quem ache que determinadas declarações públicas de jogadores, não são, ao contrário do passado, "atacadas" por quem de direito. Desde que não sejam graves, manifestem apenas estados de espírito próprios de  quem quer fazer mais e pode, não vem mal ao mundo. Os tempos são outros e o equilíbrio entre os novos tempos e os interesses do clube, com bom senso e sentido de responsabilidade, facilmente se chega a um consenso e tudo se resolve.

Ao conversar com o meu amigo José Manuel Conceição, troco sempre impressões com ele antes de postar e quando lhe disse sobre o que ia escrever, ele apenas exclamou:
Que saudades daquele Porto capaz de mobilizar milhares como aconteceu no 1º de Maio de 1993 no Governo Civil do Porto e que teve correspondência em mais de 20 mil no domingo seguinte em Coimbra frente ao Boavista, por interdição das Antas.

PS 1 - Lamentável que adeptos do F.C.Porto tenham ido ao aeroporto insultar, atirar petardos e tochas aos jogadores. Esse não é o caminho, mesmo quando a desilusão é grande e foi culminar de uma semana difícil. Vi muita ansiedade, muitos nervos que tiram discernimento, precipitação, más opções e decisões, falta de organização, mas não vi falta de atitude e de profissionalismo. Que diabo, somos bi-campeões, não somos um clube de perdedores que não ganha nada há anos...

PS 2 - Passam hoje cinco semanas que o freteiro com calo no cu como o macaco, Delgado, diz que passaram cinco semanas que a FPF foi assaltada e ainda nada da parte da polícia.

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