Populares Mês

segunda-feira, 26 de outubro de 2015


Fizemos ontem uma grande exibição? Não, não fizemos! Mas fizemos mais que o suficiente para ganhar. Porque não ganhamos? Porque rematamos muito, mas quase sempre mal - não se pode ter possibilidades junto à linha da grande área e em zona frontal e depois atirar para fora ou fazer remates pífios, fáceis para o guarda-redes. Nestes jogos fechados, também não se podem falhar oportunidades claras e nós falhamos algumas. Ainda, porque era preciso ter cabeça fria, discernimento, fazer as melhores opções na zona de finalização, ontem quase sempre demos mais um toque, aproveitando um comentário deixado no post anterior e que subscrevo, rematamos quando devíamos passar, passamos quando devíamos rematar. Foi por isso que empatamos, repito, um jogo em que fizemos muito mais que o suficiente para conquistar os 3 pontos. Não preciso de recuar muito tempo para dar um exemplo de um jogo em que jogamos bem menos que ontem, o adversário foi bem melhor que o Braga e o F.C.Porto venceu por 2-0. Refiro-me ao jogo com o Estoril. Dito isto, é preciso acrescentar mais algumas coisas.
O modelo de jogo de Julen Lopetegui é este, ele acredita nele, não vai mudar um modelo em que acredita. Mesmo sabendo que a grande maioria dos jogos é frente a equipas fechadas, trancadas, que só saem lá de trás após estarem a perder e não apenas por um golo... Se queremos outra forma de jogar, então sejamos claros, temos de mudar de treinador. Como isso não vai acontecer, recordo o que escrevi após a Colónia Cup, apenas acrescentando uma ou outra frase, em particular, sobre Imbula, por exemplo:
«Aprecio equipas que gostam de ter bola, saibam trocá-la, aprendi isso a ver jogar as equipas de José Maria Pedroto. Não gosto de equipas escravas da posse de bola. Isto é, se numa equipa, os médios em particular, sem esquecer os centrais, não têm espaço, estão pressionados, não me incomoda nada que joguem pelo seguro, lateralizem, joguem para trás e até com o guarda-redes. Mas se há espaço, não há que hesitar, é ir por ali, criar desequilíbrios, assistir ou rematar. Ora, muitas vezes há espaço, mas os jogadores que ocupam os lugares referidos, parecem viciados, sistematizados, robotizados, tendencialmente preferem jogar pela certa, não arriscam. Pode ser da forma como treinam, podem ser ordens do treinador. É a teoria que só há uma bola, se está em nosso poder, podemos causar dano e não corremos riscos de sofrer. Isso tem sido notório, esta época, Imbula tem sido o paradigma dessa forma de jogar. O ex-Marselha tem capacidade para galgar metros, subir, aparecer na zona de tiro, mas raramente faz isso, joga quase sempre pela certa, com isso perde capacidades, deixa de ser o jogador que levou o F.C.Porto a perder a cabeça por ele. Claro que numa equipa que projecta os laterais, tem de haver cuidados quando os centrais sobem, mas se os laterais estão bloqueados, porque não sobem e arriscam os centrais, em vez de estarem a dar chutos para a frente ou a trocar a bola cá atrás? Basta que o médio mais defensivo, o trinco, esteja  atento, se o central sobe, ele fica. Esse é um problema do F.C.Porto nos últimos anos, não é exclusivo de Lopetegui, mas com o treinador espanhol, porque os títulos não aparecem, a contestação aumenta».

Outra questão que se discute muito, é o facto de muitas vezes a equipa ter possibilidades de sair em transições rápidas/contra-ataque e não sair. Não é uma crítica que subscreva totalmente. Primeiro, uma equipa de posse não é uma equipa de transições. Segundo, para uma equipa cujo o modelo não são as transições - esse era o modelo de Jesualdo -, o F.C.Porto tem aproveitado e sido feliz em algumas, criado e desaproveitado outras. Por por exemplo e sem recuar muito, frente ao Maccabi o segundo golo é uma transição rápida, concluída por Brahimi. Na terça-feira o argelino controlou bem o passe de Aboubakar, esperou o momento certo e na cara do guarda-redes fez golo. Frente ao Braga e numa jogada semelhante, o passe de Layún foi também muito bom, só que Brahimi desta feita dominou mal, adiantou a bola para as mãos de Kritciuk. Ainda a propósito de Brahimi importa acrescentar mais umas coisas: o internacional argelino é um excelente jogador, desequilibrador, daqueles que faz a diferença, muito importante para o F.C.Porto. Mas Brahimi não tem grande capacidade física e como é um jogador de ter muita bola, ir para cima, fintar, rodopiar, desgasta-se muito, demora mais tempo a recuperar, ontem viu-se claramente que o nº8 portista estava muito desgastado, falhou onde costuma ser mais forte. Os assobios que lhe tributaram para além de serem uma vergonha, são uma grande injustiça. Deus nos livre e guarde de uma humilhação como a que sofreu o Benfica ontem na Luz...

Notas finais:
A equipa teve atitude, trabalhou, nunca baixou os braços, lutou pela vitória até ao último segundo, nunca permitiu ao Braga grandes veleidades. Como digo sempre e faz parte da minha forma de ser Dragão, podemos não ganhar, até perder, não podemos é sair do estádio com a sensação que não fizemos tudo para ser felizes. Ontem faltaram as coisas que referi, mas não faltou empenho e vontade, mesmo que esperasse mais de Tello e Cissokho que ainda precisa, acima de tudo, de ganhar confiança. Um jogador sem confiança tem tendência a arriscar pouco, a definir mal, a complicar o fácil.

Não sou do tipo que depois do jogo digo que devia jogar este e não aquele, porque jogou A e não B. Também não sou do tipo de criticar substituições, umas vezes resultam e o treinador é bestial, outras não e o treinador é uma besta. Muito menos critico Lopetegui por dizer que vamos ser campeões. Porque não podemos ser? Já acabou o campeonato? Já não acreditam? Se já não acreditam... desamparem-me o tasco!

PS - O F.C.Porto ganhou na terça-feira um jogo para a Champions League, prova rainha da UEFA e prova entre clubes, mais importante do mundo. Coisa pouca a avaliar pelos 17 comentários. Ontem e hoje vinham todos, os portistas que só aparecem nos maus resultados. Como tenho péssimo feitio... alguns, lixo com eles. A Lipor agradece e ainda arranjo lá um tacho!

- Copyright © Dragão até à morte. F.C.Porto, o melhor clube português- Edited by andreset