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sábado, 2 de janeiro de 2016


Na liderança do campeonato e por isso agora menos pressionado, o clássico era um momento importante para se ver quem é quem e de que massa são feitos os profissionais do F.C.Porto, treinador incluído. Frente a uma equipa forte e num ambiente difícil, Julen Lopetegui e os seus jogadores tinham uma excelente oportunidade para mostrar capacidades e dar os sinais que permitam ao universo que torce pelos Dragões acabar com o cepticismo e acreditar que em Maio a festa pode ser do F.C.Porto. Mas se hoje era o momento de afirmação, o jogo que ia mudar o rumo e que podia dar um sinal de esperança, criar ânimo, diminuir a intranquilidade e a instabilidade, então a conclusão só pode ser uma: foi um uma clara oportunidade perdida, tudo ficou mais sombrio para quem gosta do F.C.Porto. Não se pode ser optimista, com uma equipa que tem um ataque de papel, uma defesa que não dá confiança e estrelas que não aparecem quando a equipa mais precisa.
Há que ser realista, neste momento o Sporting está mais forte, está motivado, joga melhor. Ou conseguimos tirar um ou dois coelhos da cartola, pelo menos arranjamos um avançado que não precise de cinco oportunidades para marcar um golo e invertemos esta tendência, ou então as perspectivas não são as melhores para o F.C.Porto.

Ao contrário do que eu esperava, Lopetegui escolheu como onze inicial, Casillas, Maxi, Maico, Martins Indi e Layún, Danilo, Rúbem Neves e Herrera, Corona. Aboubakar e Brahimi, uma equipa em 4x3x3, virada para a frente, ninguém pode acusar o treinador do F.C.Porto de falta de audácia, entrar em Alvalade com medo. Os jogadores durante a primeira-parte, também também perceberam a mensagem e assim vimos um jogo bem disputado, intenso, equilibrado, que devia ter chegado ao intervalo empatado. Não chegou  porque a defesa dos Dragões falhou num lance de bola parada e Slimani de cabeça fez um golo, já no que diz respeito aos azuis e brancos, Aboubakar por duas vezes e Corona por uma, não conseguiram fazer o mesmo. Assim, sem ser superior, ser ter criado grandes oportunidades, os leões chegaram em vantagem ao intervalo, resultado injusto para os pupilos de Lopetegui.

A perder e a ter ir à procura do prejuízo, na segunda-parte os portistas arriscaram no ataque, mas fizeram-no sem clarividência, sem contundência, definindo quase sempre mal, raramente conseguiram incomodar Rui Patrício. Como a juntar a isso, quando perdia a bola, a organização portista deixava muito a desejar, os espaços eram muitos, o Sporting estava nas suas sete quintas, aproveitava para sair em contra-ataque com perigo, mandou duas bolas aos ferros - Slimani aos 63 e Adrien aos 69 -, fez o 2-0 aos 84 pelo homem do jogo, o ponta-de-lança argelino e matou as esperanças portistas de pelo menos chegar ao empate.
Tudo somado, vitória justa da equipa de Jesus, frente a um Porto que tem problemas que urgem resolver, o mais notório está no ataque. Hoje, Slimani, quando apareceu frente  Casillas, fez golo, Aboubakar quando apareceu frente a Patrício atirou contra o guarda-redes leonino. Não foi só isso que fez a diferença, o Sporting é muito mais pragmático e objectivo, está mais sólido, mas nestes jogos de poucas oportunidades, tens de ter eficácia.

Nota final:
Está tudo em aberto, ainda falta muito campeonato e nunca desisto antes de fim, não é agora que o vou fazer. Mas a bola está do outro lado. Têm de ser os profissionais do F.C.Porto, e todos!, a transmitirem e de forma nítida que são capazes, que querem muito. Eu já estou cansado de ver tanta gente a bater e nem assim as coisas mudam, nem assim há uma vontade de cerrar os dentes, quanto mais não seja, para dar uma resposta a essa gente. Pelo contrário, com raras excepções, parecem todos apostados em dar-lhes razão.
Fala-se muito, mas na hora da verdade, faz-se muito pouco.
Uma palavra final de parabéns para os milhares de portistas que estiveram em Alvalade. Tivessem os profissionais, todos!, a mesma alma, raça e vontade de vencer que têm aqueles adeptos e estaríamos bem melhor. Os adeptos não estão acomodados.

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