Populares Mês

quinta-feira, 3 de março de 2016


Gostava muito que o F.C.Porto, tal como acontecia num passado ainda recente, tivesse uma equipa capaz de jogar olhos nos olhos com as melhores equipas da Europa. Como sou realista e constato que não temos, encarei são naturalidade e tolerância, a tal tolerância que pediu ontem o treinador dos Dragões, a eliminação frente ao Borussia Dortmund e forma como jogamos lá e cá. Os alemães são bem melhores, na minha opinião, nas actuais circunstâncias, seria uma grande surpresa este Porto ultrapassar este Borussia - o que lamento é que alguma corja jornaleira, para menorizar o F.C.Porto, compare as capacidades do Borussia Dortmund com as do Bayer Leverkusen. Como se a diferença na classificação da Bundesliga, 22 pontos a separar um do outro e favoráveis ao adversário dos azuis e brancos, não fosse significativa. E mesmo na comparação com o Super-Bayern de Munique, o Borussia está apenas a 5 pontos, se na próxima jornada em Dortmund, lhes ganhar, ficará a 2 pontos e tudo pode acontecer na luta pelo título alemão. Curioso, não? Mas se nesta matéria europeia, estamos conversados, no que toca ao mercado interno, a história é outra. E vamos ver se nos entendemos. Mesmo com todas as atenuantes aqui referidas em posts anteriores, sobre as dificuldades que enfrenta José Peseiro, se nem contra as reservas do Gil Vicente podemos ser um bocadinho exigentes - calma, ninguém queria um show de bola! -, digam-nos: quando podemos? Sim, não vá o caso de alguém nos acusar de maus adeptos.
Não é exclusivo de Peseiro, já acontece há uns anos, os treinadores do F.C.Porto, mesmo perante o óbvio - exibição muito abaixo mínimos exigíveis a uma equipa do F.C.Porto -, em vez de dizerem preto no branco: jogámos mal, exibições destas não podem repetir-se, não, optam por outro caminho, estamos mesmo a ver que é preto e eles dizem-nos que é branco - ontem José Peseiro falou em exibição de qualidade. Sim, não vão os meninos amuarem, ficarem melindrados por alguém os chamar à responsabilidade de serem profissionais e vestirem a camisola de um clube com uma história riquíssima e que tem de ser honrada em cada jogo. Acho que esta mentalidade e este conformismo, não é Porto - pelo menos o "Meu Porto", não é, nem nunca será -, tem tido consequências nos inêxitos dos últimos anos. Curiosa e sintomática, esta comparação: ontem disputou-se a segunda-mão das meias-finais da Taça de Itália, entre o Inter e a Juventus. O actual campeão italiano chegou a S.Siro com uma vantagem de 3-0, facilitou, o Inter empatou a eliminatória, só viria a perder nos penalties. Massimiliano Allegri, técnico da "Velha Senhora", no final do jogo não esteve com meias medidas, disparou: «Não jogámos nada durante 70 minutos». Caíram-lhe os parentes à lama? Não consta. As vedetas, sim, a Juventus tem vedetas, amuaram ou fizeram beicinho Também não consta. Que diferença!
Note-se: não discuto poupanças nem opções, quem dirige é que sabe o que é melhor para a equipa. Mas mesmo aquela equipa tinha de dar muito mais, tinha de fazer uma exibição muito melhor. Porque não há melhor estímulo para enfrentar um jogo de grande dificuldade, como seguramente vai ser o de domingo na Pedreira, que fazê-lo tendo por trás um suporte de confiança e motivação dada por um resultado e uma exibição dentro dos limites do razoável.
A este propósito e como referi na caixa de comentários ao post do jogo, no passado e antes de jogos importantes, Málaga para a Champions, Sevilha para a Liga Europa e já esta época, como lembrou PT, antes do jogo decisivo e apelidado jogo do ano, frente ao Dínamo de Kiev e a contar para a Fase de Grupos da prova Rainha da UEFA, também as exibições deixaram muito a desejar, a desculpa foi: estavam com a cabeça no jogo seguinte, era difícil exigir mais. Antes desses jogos, alertei, como estou a alertar hoje. Nessa altura, infelizmente, tive razão. Espero que no domingo a razão esteja do lado do treinador e jogadores do F.C.Porto, em Braga esteja um Dragão à altura das responsabilidades e importância do jogo. Isto é, um Porto que até pode não ganhar, mas tem de fazer tudo para ganhar.
 
Dito isto, a Taça de Portugal era o segundo objectivo da época na ordem de prioridades - o primeiro é o título nacional -, estamos na final. Mesmo não tendo pela frente um calendário exigente - Varzim, Angrense, Feirense, Boavista e Gil Vicente -, registe-se o facto de chegarmos ao Jamor só com vitórias, 11 golos marcados e 0 sofridos. Agora todas as baterias apontadas ao campeonato, que a final ainda vem longe.

- Ó Dunga, mas o que é que é isso, ó meu? Então não convocas o Jonas? Tanto trabalho para nada. Que chatice, os freteiros e recadeiros da queimada não te vão perdoar.

- Copyright © Dragão até à morte. F.C.Porto, o melhor clube português- Edited by andreset