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domingo, 23 de abril de 2017


Sabendo que não tinha qualquer margem de manobra, tinha de vencer os seus jogos e esperar, o F.C.Porto não podia falhar, tinha de conquistar os três pontos frente ao Feirense. Um, porque só assim voltava a encostar no líder e a manter a chama do título bem acesa; dois, porque para além disso era importante deixar sinais que a crença de quem treina e quem joga, é a mesma da maioria dos adeptos. Isto é, uma vitória com uma boa exibição dava confiança para o que falta do campeonato; uma vitória tremida, fruto de uma exibição pobre e triste, teria o efeito contrário; outro resultado seria uma catástrofe, seria o canto do cisne, só restaria a matemática para alimentar o sonho.
Resumindo, era um jogo para dizer se queremos mesmo ser campeões ou esse desejo não passa de uma teoria bonita, mas ser correspondência na prática. A resposta depois deste jogo, de mais uma grande desilusão, é... se queremos, não temos feito tudo para o conseguir. Adiante.

Vou ser generoso: não foi uma primeira-parte para esquecer, foram 40 minutos. Foi nesse momento a primeira sensação de golo, num remate de Danilo - o primeiro remate enquadrado com a baliza foi ao minuto 32 -, nova oportunidade por Óliver ao minuto 43, já em cima do intervalo Soares teve outra. Tirando esses 5 minutos aceitáveis, não brilhantes, o restante tempo de jogo a equipa do F.C.Porto parecia um grupo de amigos que se tinha juntado para fazer uma peladinha. Pouco, muito pouco para uma equipa que quer e acredita que pode ser campeã. Quando  - e isto é repetir quase o que foi dito após o jogo da semana passada em Braga -, se esperava uma entrada determinada, ritmo alto, pressão e dinâmica, capacidade para encostar o adversário às cordas, obrigá-lo a cometer erros, mais uma vez não foi isso que aconteceu, tirando, como referi, os 5 minutos finais da primeira-parte, o que fez o F.C.Porto foi a antítese do que se esperava e pretendia. Pouco, muito pouco para quem tinha de ganhar. Não admira que o resultado ao intervalo fosse um nulo e ninguém que viu podia estranhar, achar injusto.

Na segunda-parte a equipa entrou cheia de vontade, melhorou com a entrada de Otávio para o lugar de Óliver, tentou muito, atacou muito, muitas vezes mais com o coração que com a cabeça, criou várias oportunidades, mas a ineficácia, um guarda-redes inspirado e mais um lance de penalty não assinalado na área do Feirense, impediram um vitória do F.C.Porto, uma vitória que seria justa. Mas merecer ganhar, exercer superioridade, domínio e criar oportunidades frente a uma equipa que luta para não descer, é normal, natural, o contrário é que seria uma surpresa. O que não é normal nem natural, é em dois jogos frente à equipa de Santa Maria da Feira e disputados no Dragão, um para a Taça da Liga e outro para o campeonato, o F.C.Porto não vencer um, principalmente este.
Nada contra a atitude da equipa na etapa complementar, mas a atitude não chega, é preciso juntar à atitude, qualidade de jogo.
Triste sina a nossa, ultimamente quanto mais ilusões alimentamos, mais desilusões sofremos.

Notas finais:
Nuno Espírito Santo, finalmente, quando o título começa a ser uma miragem, atirou-se ao árbitro. É caso perguntar: agora, senhor Somos Porto? Depois de tantas e tantas razões de queixa? Agora, depois de nas últimas 5 jornadas, quando era fundamental a transcendência e superação, apenas uma vitória? Mas se é verdade que temos razões de queixa do árbitro, nada sobre mais uma primeira-parte inaceitável? Nada sobre mais um empate, mais uma oportunidade perdida, mais uma prova de falta de estofo? Como podemos motivar, mobilizar, acreditar, se nem os mínimos conseguimos fazer?

Nunca tantos deram tanto e receberam tão pouco. Até nisso NES é um privilegiado.
Depois deste murro no estômago, mais um, e com três difíceis saídas, a minha moral está muito por baixo, tanto que só vou descansar quando a matemática garantir o segundo lugar e a entrada directa na Champions League.

Disse há tempos que nós lutamos, combatemos, denunciámos, mas não treinámos nem jogamos. Se as tropas no campo e o "capitão" no banco, não ganham batalhas a guerra está perdida.

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