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segunda-feira, 22 de maio de 2017

 

Acabou ontem a época e acabou da pior maneira possível para o F.C.Porto. Para além do que já se sabia, mais uma temporada em branco, bola de títulos, acabou com uma derrota e pior, com uma exibição abaixo de cão, três golos sofridos e apenas um marcado. E assim, para grande entusiasmo já expresso por alguns cartilhados, freteiros e recadeiros ao serviço do Benfica/clube do regime, nem resta aos Dragões a triste consolação de serem a equipa com mais golos marcados e menos sofridos. Também a distância se alargou. Como não me cansei de dizer, uma coisa seria o F.C.Porto terminar o campeonato encostado a eles, porque se isso não nos serviria de nada no que toca ao título, reforçaria as nossas teses e as as razões de queixa sobre as injustiças que sobre nós foram cometidas, outra foi terminar a 6 pontos com tudo que isso significa.
Na semana passada o clube mandou retirar as tarjas do Colectivo 95, porque e faz de conta, continham críticas que os meninos não mereciam, sim porque dar tudo, honrar sempre a camisola não é a obrigação de qualquer profissional que se preze... Pois não é que os meninos ontem tudo fizeram para justificar as tarjas que, faz de conta, eram para eles?

Dito isto, aqui estamos nós, tal como no final da época anterior, sem nada ganhar, treinador de saída e a perguntar: quem é o próximo? Antes de responder, até porque agora a situação ainda é pior, ao problema desportivo junta-se o problema financeiro e é preciso definir bem o que queremos para 2017/2018, é necessário perguntar: porque escolhemos Nuno Espírito Santo? Sim, porque estive a rever o post da sondagem feita em 19 de Maio do ano passado sobre quem devia ser o novo treinador do F.C.Porto e também a caixa de comentários e não é que ninguém apontou Nuno Espírito Santo como possibilidade para treinar o F.C.Porto?

Como estamos praticamente na mesma situação que estávamos em Maio de 2016, fica o que disse faz agora um ano:
«Não podemos voltar a errar, num lugar importantíssimo, decisivo para o futuro do F.C.Porto. O escolhido tem de ter um apoio activo de toda a estrutura do futebol portista, não pode, como aconteceu com Julen Lopetegui, ser contratado para um projecto de 3 anos, darem-lhe um grande poder e depois deixá-lo ser cozinhado em lume brando desde o primeiro dia que chegou ao F.C.Porto. O tempo que qualquer um era campeão no Dragão, já passou, é preciso alguém com capacidade, personalidade e competência. Alguém que conheça o F.C.Porto, o futebol português e internacional. Alguém que tenha trabalho feito, as suas equipas sejam reconhecidas pela organização, equilíbrio e porque não, pragmatismo, defendam bem - salvo raras excepções, fundamental no futebol actual - e saiam com propósito para o ataque. Alguém que não tenha medo de dizer as verdades a alguns meninos mimados, não pape tudo que os dirigentes lhe colocam no prato e seja duro com uma comunicação social recheada de freteiros, recadeiros e vendilhões do templo.
Finalmente, alguém que tenha provas dadas de não ter medo de lançar jovens. Quem? Para mim e mais uma vez, vale o que vale, seria o actual treinador do Mónaco, Leonardo Jardim.»
Pois, Leonardo Jardim...

Mas dizia mais, talvez premonitório, embora esta época as coisas tenham piorado, foi um época de decisões erradas e quase sempre contra o F.C.Porto:
«Foi por causa dos árbitros que o F.C.Porto não é campeão ou fica no segundo lugar? Não e um claro não! Quem joga o que o F.C.Porto jogou; quem perde em casa com o quase despromovido Tondela - contabilizar como prejuízo um penalty que não foi assinalado aos 5 minutos de jogo (ainda se fosse a 5 minutos do fim...), não é ser Porto - e com o Arouca; quem numa temporada inteira, contam-se pelos dedos de uma só mão e se calhar ainda sobram dedos, as exibições que atingiram a qualidade que se exige a uma equipa do F.C.Porto; tem de primeiro olhar para dentro. Não pode utilizar agora os mesmos argumentos que sempre criticou nos rivais.
Sobre arbitragem: com objectividade, critério e coerência, podemos e devemos criticar arbitragens. Se for necessário, desde a 1ª jornada e não apenas pela voz de treinador.»

E dizia também o que se segue, pela importância que tem dentro do F.C.Porto e no portismo.
«Se a escolha de quem será o homem que ocupará o lugar que ainda é de José Peseiro - repito: seria a maior surpresa do longo consulado de Jorge Nuno Pinto da Costa, se o treinador natural de Coruche continuasse no cargo -, como treinador do F.C.Porto, fosse entre José Mourinho, Pep Guardiola ou Carlo Ancelotti, talvez os três melhores treinadores do mundo, provavelmente não haveria qualquer divergência, todos na SAD portista estariam de acordo, quer a escolha recaísse no português, no espanhol ou no italiano. Como isso não é possível, é perfeitamente natural que haja diferentes sensibilidades. Agora, há uma coisa que eu tenho a certeza absoluta, porque não pode ser de outra maneira: a partir do momento que for escolhido o novo treinador, ele será a escolha de todos, terá o apoio de todos os que têm responsabilidade no futebol dos Dragões. Desejo que o mesmo aconteça em relação a todos os adeptos do Grande Clube da Invicta.»

NES, ao contrário dos seus antecessores, não estando lá dentro, posso dizer que teve um apoio empenhado e uma direcção de comunicação activa, que NES muitas vezes prejudicou com o seu calculismo e medo de se queimar. Mas sobre o apoio de fora, leia-se, adeptos, aí já posso dizer: foi um privilegiado na comparação com Vítor Pereira, Paulo Fonseca, Julen Lopetegui e José Peseiro.

Finalmente e porque nesta matéria as coisas mudaram e não pode haver retrocesso, deixo o que dizia quando se falava do que devia mudar para a época que agora terminou para o F.C.Porto:
«Talvez, citando uma expressão ontem deixada no Dragão até à morte, por alguém que se identificou como JPC, acabando com o PORTISMO FLÁCIDO, isto é e cito: "O portista moderno, com fair-play, que quando é roubado diz coisas politicamente correctas e quando falha diz que fez o seu melhor e que estamos de parabéns. Que assobia monumentalmente a equipa na jornada em que finalmente chega ao primeiro lugar mas aplaude-a quando perde como no domingo. Um portista que emprenha pelos ouvidos e é tão bom e excepcional na sua actividade profissional e vida que não percebeu que tudo o que o FCP conseguiu, conseguiu-o com suor, lágrimas e ódio, muito ódio aos inimigos."
Cá por mim, portista não flácido, para os inimigos, aqueles que amanhã dirão de nós aquilo que Maomé não disse do toucinho, diplomacia, cavalheirismo, fair-play? Nem pensar»

Ah, sobre o treinador: desde que não pertença ao grupo de amigos do Carlinhos...
Falando a sério, não vou dar nomes porque não sei qual vai ser a política desportiva e quais os objectivos para a próxima temporada, temos o problema do fair-play financeiro, não temos capacidade para entrar em loucuras na contratação de jogadores. Disse e mantenho que o F.C.Porto, pela sua história e pelo que gasta tem de ser sempre candidato ao título. Mas se houver um forte desinvestimento, obviamente, a exigência tem de baixar. Uma coisa espero: que tenha as competências  que desejava há um ano e que infelizmente Nuno Espírito Santo provou não ter.

Nota final:
NES não pode ser o bode expiatório, até porque não tomou o lugar de assalto. Mais, se o problema do F.C.Porto se resumisse apenas a uma má escolha, não estaríamos preocupados e estamos, muito. Mas como sabemos e é uma máxima do futebol, um treinador competente e de qualidade acima da média, pode ajudar e disfarçar muita coisa. Porque se o título não resolvia os problemas que o F.C.Porto tem de resolver e são muitos, ajudava e de que maneira!

PS - Espero que o omnipresente Alexandre Pinto da Costa não tenha qualquer influência na escolha do novo treinador. Porque se em nome da memória tenho respeito, consideração e gratidão portista por Jorge Nuno Pinto da Costa, também em nome da memória, não tenho respeito nenhum pelo filho.

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